domingo, 9 de novembro de 2008

Uma experiência para compartilhar

É muito perigoso viajar sozinha, ainda mais sendo mulher? Essa foi uma pergunta que fiz a mim mesma por anos, mas nesse último final de semana vi que existem muitas coisas que mulheres podem fazer sozinhas, mesmo o mundo sendo essa merda que é. Há 6 meses atrás fiquei sabendo que a minha banda favorita, The Donnas, fariam shows no Brasil, porém não viriam ao Rio por falta de interesse. Há anos que eu sou fã da banda e estava maluca para ir no show delas,e o melhor de tudo é que o final de semana do show iria cair quase que no mesmo período que a bienal.

Fiz os meus planos, guardei dinheiro e recebi dinheiro dos céus também. Tava tudo pronto para ir a Sampa e fazer meu primeiro mochilão de um final de semana. Daí vieram todos os meus medo, se isso iria ou não dar certo. Afinal, de contar sou uma mulher jovem e indefesa que não sabe nada da vida. Até o dia de pegar o ônibus e seguir viagem foi uma das epócas mais estranhas da minha vida, apesar do pavor em que eu estava, me mantive calma.

Mesmo perdida e aflita assim que eu pus os pés em Sampa, aconteceram várias coisas, minha amiga que ia me garantir hospedagem não pode, porque ninguém estaria na casa dela naquele final de semana. Conhecia muito pouco de São Paulo, o quê eu fiz? Peguei o metrô, fui até o Paraíso e me hospedei em um hotel, eu já tinha ido a Sampa antes,por isso sabia aonde encontrar hotéis baratos.

Andar de metrô em Sampa é muito fácil, e mais fácil ainda é se perder naquelas ruas, fiquei perdida várias vezes lá, mas eu sempre me achava. Ou seja, pra anda até o Ibirapuera foi um parto! Andei muito, porque eu achava que Sampa era que nem o Rio, que dá pra cruzar o centro e ir até o Catete andando, doce engano...Quem mora lá ou conhece a cidade deve estar se mijando de rir agora.

Chegando lá fui até o prédio da Bienal, que estava vazia devido a proposta da curadoria para essa edição,mas isso merece um post especial, farei isso logo. Aproveitei meu sábado para ir a Oca também e curtir um no parque. Foi bem legal, especialmente por encontar dois amigos meus do Rio e que me levaram para conhecer outro lugares da cidade, esse dia foi mara.

No domingo o dia do show foibem tenso,porque eu ainda não tinha o ingresso em mãos, tive que ir até a tal da Estação de Itaquera no metrô e esperar por mais ou menos um hora até que aminha amiga chegasse com ele em mãos. Ela chegou,não me deu bolo dessa vez, passamos o finzinho da tarde até o começo do show conversando, tirando fotos e comendo na Liberdade. Com o ingresso em mãos, fui até o show, depois de várias subidas e descidas ao longo de Rua Augusta achei o Inferno Club.

Fiz tudo que uma pessoa sozinha e feliz faz, fiz favores que eu não faria em condição normal de humor, como por exemplo pedir perguntar dúvidas dos outros e não minhas, me meter na conversa dos outros. É falta de educação, eu sei, mas eu queria tanto conversar e tava tão feliz que nem eu me aguentava. O show maravilhoso, o melhor da minha vida, deu tudo certo, fiquei super descabelada, mas no final valeu a pena. Ah! E se acha que eu voltei acompanhada, tá muito enganado, fui até o metrô sozinha e só na saída dele é que eu peguei um táxi para voltar ao hotel.

A moral dessa história toda e que deixou a minha mãe louca e sem sono, é que não de vez enquando a gente tem que fazer as coisas pela gente,digo, sozinhas. Seja homem ou mulher, esse mundo é uma merda, se a gente não começar a se jogar e tentar ter uns bons momentos para se recordar jamais seremos pessoas felizes.Não acredito que segurança e felicidades estão condicionadas a um apê hiper-seguro ou ficar em casa esperando a vida passar,talvez correr alguns riscos para se encontrar também é válido. Se a gente se conhece o bastante para saber que não irá fazer nada que não vai se arrepender depois, não custa nada se jogar.