domingo, 28 de outubro de 2007

Zenas Emprovisadas?

(Ando meio sem tempo, então, resolvi publicar um trabalho da faculdade.)

A peça funciona da seguinte forma, são três “atos”, o primeiro é um esquete ensaiado pelos atores antes do espetáculo, a segunda parte é formada por uma pequena “aula de teatro” proposta pelo diretor-convidado e a terceira e ultima parte tem como comandante o público. O espetáculo tem como objetivo ser baseado no improviso, primeira parte é a única parte que de fato não é improvisada, as demais partes os atores não sabem o que irão fazer.

A participação do público vem através de “papeizinhos” que são distribuídos a alguns espectadores na porta do teatro antes do Z.É. começar e durante os espetáculos a platéia como um todo é convidados a participar, mas somente algumas sugestões serão levadas a diante. Portanto, somente quando eles lêem o papel não há uma “seleção”,quando o teatro é convidado e participar como um todo ocorre uma seleção, até porque não é possível levar tudo adiante tudo.

Não há muitas inovações no quesito palco, pois o palco do Teatro João Caetano (aonde a peça voltará a estar em cartaz a partir de outubro) é italiano. Não há uma quebra da quarta parede continua uma separação entre os atores e o publico, ainda há magia quando as luzes se apagam e começa a peça.

O Z.É. é essencialmente um espetáculo de humor aonde os atores devem estar afiados para a cada momento estar com uma idéia “afiada e calibrada na cabeça”, pois quando não é bom realmente não causa nenhum efeito na platéia, é visível. Pois dependendo da química entre o público ou dos convidados do palco o resultado pode ser desastroso ou não. Ir a quase todas as sessões da temporada é interessante, assim conseguimos ver que realmente cada espetáculo é realmente único.

Ficha técnica
Concepção e Direção Geral - Fernando Caruso
Elenco - Fernando Caruso, Gregório Duvivier, Marcelo Adnet e Rafael Queiroga
Cenário - Lilian Doyle e Fernando Caruso
Figurino - Elisa Faulhaber
Iluminação - Joel Francisco
Músico - Márcio Schwartz
Programação Visual - Lilian Doyle e Fernando Caruso
Fotos de Divulgação - Marco Alonso
Fotos da Temporada - Marc Doyle-Amoynin
Divulgação - Eliana Caruso e Fernando Caruso
Assistente de Direção - Daniela Ocampo
Operador de som - Manoel Friques
Direção de Produção - Fernando Caruso
Produção - Andréa Doyle-Aymonin e Roberta Brisson

Referência:
Zenas Emprovisadas
http://www.zenasemprovisadas.com.br/ze.htm

sábado, 20 de outubro de 2007

Vivência experiência transvida

Uma semana... Há uma semana minha vida mudou radicalmente, ao receber o convite da minha professora de teatro, Nanci de Freitas, não pude recusar o convite para assistir Os Sertões do Teatro Oficina Uzyna Uzona. Hesitei por uns momentos, tentando imaginar quem iria comigo e se eu iria ou não a estréia do Zenas Emprovisadas, porém eu estava em uma maré de boa sorte, meu celular (quem diria!) estava com cartão pronto para ser usado. Abro minha agenda em meio ao poucos nomes que contam nela acho o nome de Ana Fabíola, imediatamente ligo para ela e no meio da rua dou a minha senha e e-mail para que ela imprimisse a filipeta da peça. Desisto de ir ao Zenas Emprovisadas.

Ao tomar o ônibus C-10 não podia acreditar no quê viria a acontecer comigo, estava com medo e confusa. Jamais fiz algo assim em toda minha vida e estava na Saúde, um bairro longe do centro, mas um tanto quanto difícil de pegar condução à noite. Durante os minutos de espera pela Ana, encontro com a Nanci, converso com ela e mesmo sem a Ana eu consigo dois convites para a peça. Mais uns minutos de espera Ana chega e pegamos mais dois ingressos. Demos uma volta, pois o espetáculo estava marcado para ás 18, porém começava ás 20hs. Falha dos pordutores do esptáculo, mas a volta foi boa, Ana Fabíola é boa de papo.

Ao chegar encontramos o Rafael, fã do Teatro Oficina desde o ano passado, conversa vai e conversa vem, doamos dois convites nossos para uns desesperados de plantão que não haviam conseguido ainda, já que os convites haviam se esgotado. Conheci muita gente bacana e que se tornariam meus companheiros nessa vivência teatral.

O espetáculo começa do lado de fora do Centro Cultural Ação e Cidadania, uma loucura, uma batucada de mexer com qualquer pessoa. Era como se estivéssemos perto de uma bateria de escola de samba. E realmente, estávamos. Depois a música pára, os atores entram dentro do teatro em silêncio, estávamos sendo conectados ao inicio de tudo, ao começo da TERRA.

A principio eu não quis participar, mas vendo aquelas cores, as danças, ouvindo a música e todo aquele movimento não consegui ficar imóvel, me atirei na passarela do samba e fui vivenciar Os Sertões. O clima era lúdico, todos nós estávamos em um estado de transe participando do espetáculo. Uma cena mágica e rara, pessoas que jamais se viram antes estavam unidas em uníssono, se tocando, se protegendo, brincando como se nós jamais estivéssemos no século XXI.

Eu não fazia idéia de que isso iria acontecer comigo, ao terminar o espetáculo eu estava em transe, fora de mim o dia inteiro, mal podia dormir. E quando acordei na quarta-feira não conseguia me concentrar, só pensava nas coisas que havia feito e jamais imaginara que faria algo parecido com aquilo. Logo quem? Eu! Que sou tímida pra caramba, me atirei no palco, sem medo de pagar mico ou se me acharem ridícula. Fiquei o dia inteiro falando e pensando nisso.

Nos dias que se seguiram eu assisti aos demais capítulos do espetáculo, como Homem I, Homem II e Luta II, não pude assistir a Luta I. Mas esses três capítulos foram fabulosos, foi uma lavagem na minha vida, todos os meus pudores e receios caíram por terra ao longo dessa jornada. Eu havia mudado.

Como uma peça pode mexer tanto com a gente a ponto de fazer a gente mudar? Como uma peça pode mexer com sua libido de uma maneira que até hoje não havia acontecido? Esse é o poder libertador da arte, que ás vezes pode não te acusar nada, mas ás vezes te arrebata e te põe no chão, você e sua vidinha.

E na semana seguinte lá estava eu de novo, revivendo a criação do mundo, as trajetórias de Antonio Conselheiro e Euclides da Cunha e a guerra de Canudos. Vivi tudo de novo com outro olhar, mas com a mesma entrega.

Por duas semanas eu vivi um espetáculo, doei meu corpo e minha alma aos Sertões. Por duas semanas minha vida parou. Não fiz nada além de viver o espetáculo e deixar que ele me conduzisse ao transmundo. Só sei que em 2009 quero lutar junto com o Teatro Oficina. Vamos a LUTA!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

História de amor (Plágio número 2)

Mário era um jovem e belo rapaz, eu me lembro de tê-lo amado com todo o meu coração. Ele era meu e eu era dele. Juras de amor eterno no crepúsculo da tarde, anos de romance... Porém, algo em nosso amor mudou, não éramos mais os mesmo de antes. Mudamos, nosso amor mudou, nossos sonhos caminharam em caminhos opostos. Mentimos para nos mesmo, falhamos como um jovem casal apaixonado. Mas será que todo amor que sentíamos morreu?

Nessa curta-longa vida, podemos amar certo ou errado, mas só porque erramos, não significa que matamos nosso amor. Amamos diferentes, amamos a liberdade de nossos corpos caminharem em sentidos opostos e descobrindo outros corpos. Amamos ver o outro feliz, mesmo não tendo um ao outro. Nosso amor nunca foi embora, ele renasceu como uma Fênix e mudou. Nossos corações caminham juntos.

O céu azul resplandece e nossos corpos amanhecem separados.